Um jornalista do El Pais escreveu um artigo indagando por que os brasileiros não reagem à corrupção de seus políticos. Correspondente do jornal espanhol no Rio de Janeiro, Juan Arias, recorda a mobilização dos brasileiros na memorável campanha das Diretas Já, e também pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, e estranha a inexistência de um movimento de indignados, mobilizados pelas redes sociais, nos moldes dos que existem em seu próprio país.
A corrupção não é um mal novo e nem exclusivo do Brasil, mas é inegável que o país precisa avançar no saneamento ético da política. A presidente Dilma parece disposta a enfrentar tal desafio, com o afastamento de dois ministros envolvidos em questões espúrias em apenas seis meses de governo. Mas a resolução do problema não depende apenas da integridade e determinação de um presidente. O câncer está num sistema político adoentado, onde qualquer projeto se torna refém de coalizões partidárias fisiológicas. Sem elas, não se governa. E com elas, fica-se sujeito a desvios freqüentes, que ameaçam a própria governabilidade.
Se a corrupção ofende, também chocam os explícitos interesses políticos. Lemos todos os dias nos jornais que integrantes de determinados partidos do governo ameaçam boicotar votações porque não foram atendidos nos cargos que almejam. E fica evidente que pretendem tais cargos não para o bem do país, e, sim, para criarem feudos em seu próprio benefício. A oposição também não demonstra qualquer altivez, movendo-se exclusivamente pela disputa do poder, com golpes baixos e desprovidos de um sentido maior.
Um ataque verdadeiro à corrupção exigiria mobilização da sociedade para uma reforma política, que impedisse que qualquer governo ficasse nas mãos do fisiologismo e de partidos de aluguel, que só existem para cobrar o tempo de que dispõem nos períodos eleitorais e a cumplicidade de suas bancadas nas votações no Congresso. Mas essa é uma questão mais complexa, de pouquíssimo apoio popular, e interesse ainda menor dos que se alimentam das constantes denúncias de corrupção.
Voltando à questão do jornalista espanhol, existe outro aspecto que difere a realidade brasileira dos países árabes e europeus em crise. E ele está justamente nesta última palavra. Ao contrário de Espanha, Portugal e Grécia ou de Tunísia e Egito, o Brasil vive um momento de crescimento econômico com distribuição de renda e aumento do nível de emprego. Não faria sentido no país, neste momento, um jovem se imolando em praça pública por não pode trabalhar ou de jovens reunidos pela falta de perspectiva de emprego.
Seria até viável uma mobilização de indignados de classe média e alta, destes que repudiam uma estação de metrô em seus bairros para não se misturarem. Mas transformações políticas e grandes mudanças só acontecem com o envolvimento das massas, que além de estarem desfrutando da melhoria do país, têm discernimento para perceber quando por trás de certas questões estão interesses escusos de atingir os governos que melhoram suas vidas.
Se a corrupção ofende, também chocam os explícitos interesses políticos. Lemos todos os dias nos jornais que integrantes de determinados partidos do governo ameaçam boicotar votações porque não foram atendidos nos cargos que almejam. E fica evidente que pretendem tais cargos não para o bem do país, e, sim, para criarem feudos em seu próprio benefício. A oposição também não demonstra qualquer altivez, movendo-se exclusivamente pela disputa do poder, com golpes baixos e desprovidos de um sentido maior.
Um ataque verdadeiro à corrupção exigiria mobilização da sociedade para uma reforma política, que impedisse que qualquer governo ficasse nas mãos do fisiologismo e de partidos de aluguel, que só existem para cobrar o tempo de que dispõem nos períodos eleitorais e a cumplicidade de suas bancadas nas votações no Congresso. Mas essa é uma questão mais complexa, de pouquíssimo apoio popular, e interesse ainda menor dos que se alimentam das constantes denúncias de corrupção.
Voltando à questão do jornalista espanhol, existe outro aspecto que difere a realidade brasileira dos países árabes e europeus em crise. E ele está justamente nesta última palavra. Ao contrário de Espanha, Portugal e Grécia ou de Tunísia e Egito, o Brasil vive um momento de crescimento econômico com distribuição de renda e aumento do nível de emprego. Não faria sentido no país, neste momento, um jovem se imolando em praça pública por não pode trabalhar ou de jovens reunidos pela falta de perspectiva de emprego.
Seria até viável uma mobilização de indignados de classe média e alta, destes que repudiam uma estação de metrô em seus bairros para não se misturarem. Mas transformações políticas e grandes mudanças só acontecem com o envolvimento das massas, que além de estarem desfrutando da melhoria do país, têm discernimento para perceber quando por trás de certas questões estão interesses escusos de atingir os governos que melhoram suas vidas.