Desde 2004 a CEI se reúne e concede a reparação àqueles demitidos do Plano Collor, que foram anistiados, por Itamar Franco e posteriormente tiveram sua anistias canceladas por FHC.
É claro que de uma só canetada, Collor nos demitiu, e, deveria ser, de uma canetada só, a nossa readmissão.
Esse seria o melhor dos mundos.
Um reconhecimento total, pelo estado, da injustiça que foi cometida contra todos nós.
Infelizmente não é assim.
No governo Itamar, ainda se tentou, mas veio FHC e nos jogou a pá de cal.
LULA, eleito em 2002, nos faz ressurgir, como O Pássaro Fenix, das cinzas.
Retomou-se o processo de revisão de nossas demissões, e, desde 2004, se repara a injustiça praticada, e se retoma a cidadania perdida.
É um processo lento.
São 11 anos de reuniões, conversas, audiências públicas, apresentação de documentos, indeferimentos, revisão de indeferimento, deferimento, deferimento sem direito e com direito a retorno, enfim, um sem número de atos e acontecimentos.
Num esforço, as vezes, sobre humano, todos nós continuamos a provar, dia a dia, minuto a minuto, que NÓS TEMOS DIREITO DE VOLTAR AO TRABALHO.
Uma luta, por muitas vezes, inglória...
Em alguns momentos perdemos a cabeça....
Em alguns momentos ofendemos as pessoas....
Em alguns momentos, acreditamos ser possível....
Em alguns momentos desacreditados das pessoas...
Em alguns momentos, temos vontade de "chutar o pau da barraca"...
Em alguns momentos nos calamos, num silêncio obsequioso, para conquistar...
Em alguns momentos, demos inúmeros passos atrás, para podermos avançar depois.
Mas, em nenhum momento, desistimos.
Podemos balançar, e até cair, mas, nos reequilibramos ou levantamos e seguimos em frente.
Ainda há pessoas a serem anistiadas.
A reabertura, por exemplo, dos prazos do Decreto de LULA, abriria as portas para muita gente, QUE TEM DIREITO A ANISTIA, TEM REQUERIMENTO NA CEI, MAS NÃO PODE SER ANALISADO POR TER PERDIDO O PRAZO DE 2004.
Como disse, não desistimos em nenhuma momento.
E recomeçamos, mais uma vez, em 2015 como nossas angústias, incertezas, derrotas.
Mas também, com alegrias, certezas e vitórias.
E em companhia da Dra. Érida, da Dra. Mônica, da Dra. Neleide e de todos os que trabalham na CEI. Citando elas, rendo homenagens a TODOS os que compõem a CEI e a todos os funcionários que nela trabalham. Sem essas pessoas NADA seria possível.
Repito, mais uma vez, as palavras do Dr. Toffolli, ao despachar o Parecer 01/2007:
Ou seja, NÃO SE TRATA de uma boa vontade ou de UM FAVOR feito pelo Estado, mas sim do RECONHECIMENTO DE UM ERRO, DE UMA INJUSTIÇA."
Que 2015 seja tudo isso e mais um pouco!
Paulo Morani