Eu, Ruth
Almeida, gostaria de gritar aos quatro cantos do mundo o quanto Deus é
misericordioso, fiel e sua justiça é eterna.
Há precisamente 21 anos e 07 meses, no dia 13 de dezembro de 1991, chega em casa meu esposo João Carlos Correia de Souza , até então, empregado da Empresa EMBRATEL, com a pior notícia que eu poderia receber naquele momento, “fui demitido”.
Há precisamente 21 anos e 07 meses, no dia 13 de dezembro de 1991, chega em casa meu esposo João Carlos Correia de Souza , até então, empregado da Empresa EMBRATEL, com a pior notícia que eu poderia receber naquele momento, “fui demitido”.
Naquele
instante o chão se abriu para mim, como poderíamos imaginar naquela época perder
um emprego que a nosso ver era o sonho de muita gente, e nós, com nossa
ingenuidade achávamos que ele iria se aposentar naquela tão conceituada empresa.
Pura ilusão!
12 anos de
serviços prestados, sem nada que desabonasse sua conduta profissional e moral,
simplesmente foi descartado como um “objeto” qualquer. Passamos por muitas
privações e desespero, muitas lágrimas foram derramadas, porém a certeza da
vitória e que a justiça de Deus seria feita, essa nunca saiu de nossas mentes e
de nossos corações.
Os “amigos” se
afastaram, alguns parentes duvidaram, nossa filha, a mais velha com 7 anos, foi
para casa da avó, para não prejudicar seus estudos e o mais novo com apenas 4
anos perdeu 01 ano de estudo, porque não tínhamos condições de pagar.
Mas a vida
tinha que continuar. Como se nós dois estávamos desempregados, sem
perspectivas, nem esperança?
Passamos a
vender planos de saúde aos amigos, coxinhas por encomenda, enfim, quaisquer
atividades honestas que nos rendesse alguma renda
Tínhamos que
buscar alternativas.
Paralela a esta
situação, minha mãe nunca nos deixou faltar o essencial. O alimento. Vendemos carro, apartamento, e fomos morar na
casa de minha saudosa mãe, que nos acolheu de braços abertos.
Com o tempo,
novos horizontes foram se abrindo e oportunidades foram surgindo o que renovou
nossas forças e a nossa dignidade.
Graças ao nosso
bom Deus durante todo esse período ele trabalhou em empresa de terceirização.
No dia 13 de agosto de 2013 Deus nos deu a resposta a que tanto esperávamos. A
portaria de exercício foi publicada, o erro foi reconhecido, para o resgate da
dignidade e da alta estima de um trabalhador que esperou 21 anos sem duvidar
que este dia fosse chegar.
Hoje, gostaria também de agradecer a
todos os companheiros do Sindicato das Telecomunicações, a comissão da CEI e
todos os demais que direta ou indiretamente contribuíram para essa vitória e
dizer a todos os pais e mães de famílias trabalhadoras que estão passando por
este processo de anistia, que NÃO DESANIMEM, NÃO PERCAM A FÉ QUE A VITÓRIA DE
VOCÊS CHEGARÁ.
OBRIGADA SENHOR!
Ruth Almeida
(Esposa de anistiado)
14 de agosto de 2013