"Por primeiro, há de se ter em conta que uma Lei de Anistia como a ora analisada tem POR NATUREZA a REPARAÇÃODE UMA INJUSTIÇA e não a concessão de uma graça ou perdão. Ou seja, NÃO SE TRATA de uma boa vontade ou de UM FAVOR feito pelo Estado, mas sim do RECONHECIMENTO DE UM ERRO, DE UMA INJUSTIÇA PRATICADA."
Dr. José Dias Tofolli

Atual MINISTRO DO STF
Em despacho sobre o parecer da AGU

ANISTIA

#Governo do PT! Reconstruindo o Brasil!!

24 de mar. de 2012

A Petrobrás diz que tem responsabilidade social. Você acredita?

 A Petrobrás até hoje não reconheceu nenhuma doença ocupacional. Doença ocupacional é aquela adquirida no ambiente de trabalho. E os petroleiros sabem que muito de nós trabalhamos exposto ao benzeno e aos mais diversos gases.
Petroleiros morrem das mais diversas doenças, algumas delas, adquirida durante a vida laboral e que se manifestam anos depois. Fica a dúvida no ar.
Mas queremos falar de companheiras que, na ativa, adquirem doenças graves e raras, de tratamentos delicados que exigem especialistas e medicamentos muitos caros.
Como a Petrobrás, de forma truculenta, não reconhece a doença ocupacional, obriga o funcionário a se tratar através da AMS. O que é inviável economicamente, pois os nossos salários são insuficientes para cobrir esse tipo de tratamento. Como exemplo, citamos o tratamento da AIDS que é totalmente coberto pela rede pública.
Pior que não reconhecer a doença a direção da Petrobrás demitiu em 09/11/2009, por justa causa por abandono de emprego uma trabalhadora afastada por motivo de doença, a funcionária Edilene Farias – Leninha, que ingressou na Relam aos 20 anos e aos 22 anos de idade foi presidente da Cipa.
Relato de Leninha: “Funcionária concursada da Petrobras por 22 anos, fui demitida sumariamente por perseguição política, em retaliação ao meu trabalho na defesa da vida dos trabalhadores diretos e terceirizados, da maneira mais ilegal possível, vejam só: tinha acabado de comprovar a contaminação por gás sulfídrico (gás presente em abundância no meu local de trabalho) através de exame realizado por Hematologista/Patologista, que relatou e ilustrou com uma fotografia de lâmina de análise patológica os cristais de sulfetos metálicos presentes em meu organismo e associou as dores inadministráveis que eu sentia, recomendando repouso em leito até que o tratamento indicado fosse realizado. Esse relatório foi entregue e protocolizado diretamente com um médico do trabalho da Petrobras”.
Podemos acusar a direção da Petrobrás de tudo, menos de incoerente: a atitude que a companhia tomou na Bahia foi semelhante com o tratamento dado a técnica química, Ana Paula Aramuni da Transpetro, Cabiúnas em Macaé-RJ. Veja o relato da companheira: “A perseguição se deve ao fato de eu ter defendido o direito dos trabalhadores, principalmente nas questões de segurança e saúde, já que são muitos os casos de acidentes e adoecimentos, principalmente com terceirizados”, afirma a técnica.
Ana Paula foi duas vezes representante eleita da Cipa e já oficializou denúncia na Procuradoria Regional do Trabalho em Cabo Frio e a Policia Civil, já que foi ameaçada de morte por escrito, e também comunicou ao Sindipetro-NF de tudo. A companheira foi suspensa por cinco dias.
Além disso, “Foi aberto um processo administrativo de investigação instalado pela DIP Transpetro/Pres/RH emitida pela presidência da Transpetro, não para verificar a veracidade de minhas denúncias, mas para me punir por ter feito a mesma sem o consentimento dos citados. Digo que o consentimento me foi dado quando eu representava esses trabalhadores na Cipa e levei a situação em que sofriam para a plenária”.
As funcionárias foram punidas por denúncias feitas enquanto representantes eleitas da Cipa em relação principalmente aos trabalhadores terceirizados, que são as maiores vitimas de acidente dentro da Petrobrás, principalmente fatais. Com a palavra a presidenta do Brasil Dilma Russef e da Petrobrás Maria das Graças Foster: esse é o procedimento padrão da Petrobrás com as mulheres militantes das causas trabalhista.
Diante desses fatos você acredita que a direção da Petrobrás tem responsabilidade social?
OBS.: O advogado contratado pelo  Sindipetro-RJ Aderson Bussinger vai protocolar, a pedido do Sindipetro-RJ, a denúncia das duas funcionárias, agora no inicio de abril, na Organização Internacional do Trabalho - OIT. Aderson vai a Genebra a convite da OAP - Ordem dos Advogados de Portugal. Este documento foi lido na assembléia do Conselho de Administração no dia 19 de março e consta na ata.
Rio, 23 de março de 2012.
Sindipetro-RJ
Acrescento aqui, companheiros, o tratamento dado aos anistiados. A empresa não cumpre determinação dos decretos regulamentadores de anistia. Não lança na carteira dos anistiados as anotações devidas. Além disso, ao pagar o PLDL (uma vitória na negociação) nega-se a reconhecer o retroativo. Leva três a quatro meses para admitir os anistiados, sem nenhuma explicação.
Paulo Morani