"Por primeiro, há de se ter em conta que uma Lei de Anistia como a ora analisada tem POR NATUREZA a REPARAÇÃODE UMA INJUSTIÇA e não a concessão de uma graça ou perdão. Ou seja, NÃO SE TRATA de uma boa vontade ou de UM FAVOR feito pelo Estado, mas sim do RECONHECIMENTO DE UM ERRO, DE UMA INJUSTIÇA PRATICADA."
Dr. José Dias Tofolli

Atual MINISTRO DO STF
Em despacho sobre o parecer da AGU

ANISTIA

#Governo do PT! Reconstruindo o Brasil!!

15 de ago. de 2025

Ex-presidente da Eletrobras reclama de cortes em aposentadorias enquanto empresa paga R$ 4 bilhões a acionistas!

 José Luiz Alquéres resolveu expor seu caso como ex-empregado da companhia

Por Ancelmo Gois


Sabe a tragédia denunciada por Elio Gaspari sobre os 815 aposentados da Eletrobras cujos contracheques têm vindo com descontos de até 50% para cobrir déficits — muitos com praticamente todo o benefício comprometido?  O engenheiro José Luiz Alquéres, que presidiu a Eletrobras quando ainda era estatal, lamenta “a insensibilidade dos proprietários da empresa” diante do drama vivido por esses participantes do fundo de pensão, “hoje abandonados pela Eletrobras, à qual se dedicaram por longos anos”.

Ele resolveu expor seu caso como ex-empregado da companhia:

“Em condições normais, eu estaria recebendo um contracheque que me imporia um pagamento à Eletros de R$ 3.600 por mês”, afirma. “Exponho a situação e o meu caso sem reivindicação pessoal, mas como um dever ético para com as mulheres e os homens que, com dedicação, assinaram um contrato de trabalho onde, explicitamente, a Eletrobras — patrocinadora da Eletros — garantia a cobertura integral de seus déficits atuariais.”

O ex-presidente lembra que o montante total do déficit do fundo é de cerca de R$ 1 bilhão. “Não custa lembrar que a Eletrobras — que sempre indicou o dirigente da Eletros, desde sua criação e até hoje — acaba de divulgar que pagará R$ 4 bilhões de dividendos intermediários para seus acionistas.”

Gerontocídio

O jornal O Globo, em sua edição de quarta-feira, 13 de agosto, publicou uma matéria dos jornalistas Roberto Malfacini e Bruno Rosa, intitulada “Eletrobras: aposentados veem renda passar de R$ 14 mil para R$ 600”. A reportagem detalha o drama vivido por 620 participantes da Eletros, fundo de pensão da Eletrobras, hoje abandonados pela empresa à qual se dedicaram por décadas.

A situação é agravada por nuances de processos políticos, pela Justiça brasileira e pela insensibilidade dos atuais proprietários. O texto apresenta casos dramáticos de antigos funcionários — em geral do setor administrativo, mas que também incluem engenheiros que planejaram, projetaram e construíram o maior parque hidrelétrico do mundo ocidental.

“Eu presidi a Eletrobras e, sem falsa modéstia, considero ter sido um bom presidente. Atuei no início da transição do setor elétrico da esfera pública para a privada, criando condições essenciais para que se atualizasse tecnologicamente e captasse recursos no mercado privado, viabilizando a expansão necessária do Brasil. Esse processo brindou a iniciativa privada com empresas e profissionais de alta qualidade, que, livres das amarras do Estado, continuaram a contribuir para o desenvolvimento nacional”, relembra Alquéres.

Aposentado após 30 anos de trabalho — 22 deles no setor elétrico e no BNDES —, ele foi o primeiro funcionário da casa a galgar todas as etapas de crescimento até ser nomeado presidente por mérito técnico e de gestão. Seu contracheque hoje representa R$ 18.400 líquidos. “Ora, dirão, e eu concordo, uma excelente remuneração para um aposentado de 81 anos. Mas recebo este valor porque abri mão do meu seguro de vida (que custaria R$ 5.000 por mês), do plano de saúde Bradesco Plazas (R$ 6.000 por mês) e, com a venda de um imóvel da família, quitei antecipadamente o valor cobrado pela contribuição ao déficit atuarial da Eletros — que, no meu caso, representaria um desconto de R$ 5.500 por mês durante dez anos.” Ele reforça que não expõe a situação para benefício próprio, mas para cobrar justiça em nome dos colegas, cuja idade média é superior a 80 anos. “O déficit atuarial é de cerca de R$ 1 bilhão. Não custa lembrar que a Eletrobras, que sempre indicou o dirigente da Eletros desde sua criação, anunciou o pagamento de R$ 4 bilhões de dividendos intermediários aos acionistas neste ano, além de R$ 4,1 bilhões no início de 2025, referentes aos resultados de 2024.”

“Espero que a minha voz, somada ao clamor de justiça dos meus colegas, ajude a mitigar o sofrimento deles”, conclui.