É ser angustiado, o tempo todo.
É ser desprezado, enquanto não chega a anistia
É ser desprezado, quando é anistiado
É uma espera massacrante,sem fim.
Espera a reunião da CEI, que as vezes não vem.
Espera a portaria de deferimento, ou de execício.
Espera que pelo menos houvesse prioridade para ele.
Espera, espera, espera, espera, a, pelo menos, 23 anos.
E como se sente um anistiado e/ou anistiando?
Abandonado, esquecido, descartado.
Não tem salário digno, não é sequer corrigido,
que dirá aumentado.
Esta situação foi criada com uma simples "canetada", injusta, pesada, covarde.
Mas para retomar a justiça, lá se vão anos e anos.
Leis, decretos, portarias, orientações, pareceres,
advogados, juízes (que não julgam), procuradores (que não acham).
A CEI, no meio disso, vai cumprindo seu papel.
Menos do que deveria, mas muito mais do que pode.
Com gente esforçada, batalhadora, mas com limites.
Para nos punir, não houve limite nenhum, mas para nos resgatar......
O que fazer?
Lutar, lutar, lutar, lutar, lutar, sem descanso.
Não esmorecer jamais.
Ser "pidão", chato, reclamão, as vezes injusto.
Mas, ponha-se no lugar dessa pessoa.
Demitido a sorrelfa, na calada da noite.
Sem direito a defesa.
Sem poder, sequer, entrar na empresa e pegar seus pertences.
Muitos tombaram pelo caminho.
Andrajos, mendigos, suicidas, enlouquecidos.
Muitos ficaram assim.
E, parece, que essa angústia NUNCA VAI TER FIM.
E ainda há quem acredite que está nos fazendo um favor.
Que Deus se apiede de nós.
É o que nos resta!
Paulo Morani
31/07/2013